sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sobre andar de bicicleta

Você já andou de bicicleta? Eu adoro pedalar, embora não o faça com a frequência que gostaria. Quem curte pedalar já sabe: no início a gente precisa de uma ajudinha, talvez utilizando rodinhas ou até mesmo tendo alguém do lado a nos ajudar a manter o equilíbrio, mas, passado algum tempo, já estamos a pedalar sozinhos. O grande segredo, na verdade, é a utilização de todos os nossos membros e, principalmente, o contínuo movimento, pois é para o movimento que a bicicleta é projetada. Logo, se é de sua natureza ser bicicleta e se é ela para o ciclismo destinada, não dá para ficar parado encima dela.

Com o ser humano acontece a mesma coisa: caminhar é da nossa natureza, não havendo alternativa fora disso, pois, quando ficamos parados, se passa conosco exatamente o que acontece com a bicicleta: a gente cai.

É com esses dizeres que sintetizo a minha mensagem para este Dia Mundial da Saúde, neste ano dedicado ao tema da depressão.

É verdade que exigir um movimento de uma vítima da depressão é como que pedir que um surdo ouça ou que um morto caminhe. Mas, por outro lado, é verdade também que eu nunca vi mudanças acontecerem sem que haja um movimento da nossa parte.

Terapia, apoio de amigos, busca pela espiritualidade e até medicamentos, quando necessários, são grandes aliados, mas nunca solução. Portanto, paremos de buscar do lado de fora o que abrigamos em nosso cerne. Não temamos desbravar o nosso pântano mais sombrio, pois não raro é necessário atravessar as trevas para alcançar um jardim repleto de luz.

Como já dia uma frase atribuída a Winston Churchill, "se você estiver atravessando o inferno..., não pare".

Façamos um movimento, mesmo que as forças pareçam esgotadas. Não ajamos de maneira contrária à nossa natureza e tomemos a depressão como um alerta de que não estamos agindo de acordo com o real propósito de nossa alma.

Avante!

Estamos juntos.