sábado, 12 de setembro de 2020

A natureza pedagógica

Se você passar os olhos pela Mitologia Grega, verá algo interessante: jamais vemos um herói julgando-se azarado ou injustiçado. Até mesmo diante das mais terríveis tribulações, eles seguem firmes, pois têm ciência de que o objetivo primeiro dos deuses é o crescimento do ser humano.

Tudo tem uma razão se visto pela ótica pedagógica da natureza, pela lição que ela pretende nos proporcionar. A própria crise tem em si uma grande beleza, pois é um sinal de que trilhamos todo um caminho, esgotando uma experiência anterior para, então, vivermos algo novo.

Se o nosso mundo desmoronou, é porque está na hora de construirmos outro mundo, e uma sabedoria mais elevada nos julgou dignos e capazes de viver a crise para, então, construir o que precisa ser construído. Em algum lugar, alguém sabe que nós temos cacife para encarar o que se impôs em nossa vida. E qualquer semelhança com a frase “Deus não dá um fardo que não possamos carregar” não é mera coincidência...

Em geral, a vida nos aplica a pedagogia da escada: alcançamos uma estabilidade, mas já com uma parede diante de nós. O homem progride pulando de catástrofe para catástrofe, de degrau em degrau. E sacralizar a própria existência é dar sentido a esses sobressaltos.

Bendita seja a dor que muito nos honra, pois é sinal da existência de uma Inteligência Superior que nos sabe capazes, fortes, homens e mulheres o suficiente para darmos conta.

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