quarta-feira, 15 de maio de 2019

O professor que me habita

Eu trago comigo um desejo – quase um sonho, pode-se dizer – que, devido aos rumos que eu permiti que a minha carreira profissional tomasse após a conclusão da licenciatura, bem como a limitações pessoais que eu ainda não tive culhões para ultrapassar, eu não pude ainda tornar concreto. O que esse sonho tem de simples, ele pode ter também de absurdo aos olhos de qualquer pessoa minimamente informada quanto ao estado da Educação brasileira. Mas, afinal, que p**** de sonho é esse? É muito simples: ir para a sala de aula. Abraçar de vez essa profissão para a qual, desde os idos tempos de graduação, eu sentia um chamado, mas desde então negligenciava-lo, vencido por uma timidez e por uma exacerbada autocrítica que pouco ou nada me têm ajudado.

Recém-saído de uma dengue que me deu uma boa derrubada e às voltas com reflexões políticas que me deixam um tanto incomodado, optei por não ir para a rua neste dia de luta. A minha ausência na rua, no entanto, não me privou do contentamento diante das ruas tomadas em prol de uma causa que, que não raro, é negligenciada pelo próprio povo (isso pra não mencionar parte considerável dos servidores da própria Educação...).

A opção por não ir às ruas também não me privou da lamentável experiência de ouvir o nosso presidente classificar como “idiotas” os manifestantes, num incontestável desrespeito não só contra os seus concidadãos, mas também contra um princípio democrático que, ao menos por ora, torna válida, necessária e bem-vinda a livre manifestação.

Não, eu não fui às ruas, mas espero, num futuro não tão distante, compensar essa ausência com uma presença garantida e definitiva em sala de aula, no exercício do magistério e na plena expressão daquilo que, talvez, eu tenha vindo para ser: PROFESSOR.

Enquanto não me faço digno de tamanha responsabilidade, sigo ao lado dos que realmente acreditam em nossa tão vilipendiada Educação, vendo nela o caminho principal para a concretização de uma sociedade mais justa, mais empática, mais igualitária e, em todos os aspectos, mais próspera.

Obs.: 

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