terça-feira, 28 de maio de 2019

Paramahamsa Vishwananda

Oportunidades que perdemos em razão da timidez. Dada a minha imensa dificuldade em encarar (e ser encarado) nos olhos, mantive-me de olhos fechados durante a bênção, mentalizando um pedido que desejava com ardor ser escutado pelo Mestre. Nenhuma palavra. Nenhuma menção de encará-lo nos olhos como planejara já no fundo do auditório, quando somara à longa fila de devotos, curiosos e buscadores de modo geral. Gurují tem estampado no rosto um sorriso que, aparentemente, nunca desfaz, bem como um olhar penetrante que eu só encarei em fotografias. Quem sabe, se o tivesse encarado, ele houvesse percebido em mim uma maior abertura, oferecendo-me algumas palavras de consolo? Quem sabe, se houvesse eu aberto os olhos, ter-me-ia descortinado de tal forma que mereceria dele algum alento ante a dor de viver que não raro me consome, me paralisa e me retrai? Quem sabe...? Conjeturas à parte, resta-me a quase certeza – pois sou como Pedro saído do barco – de uma bênção certeira do Grande Artista do Universo por meio do divino instrumento que é o Mestre, bem como profunda gratidão pela poesia daquele momento...

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